BIOMASSA E ESTOQUE DE CARBONO EM POVOAMENTO DE Anadenanthera peregrina (L.) Speg SOB DIFERENTES ESPAÇAMENTOS
Nome: PAULO HENRIQUE DE SOUZA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/01/2018
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ADRIANO RIBEIRO DE MENDONÇA | Examinador Interno |
CARLOS ROBERTO SANQUETTA | Examinador Externo |
MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Orientador |
RANIERI RIBEIRO PAULA | Examinador Externo |
VALÉRIA HOLLUNDER KLIPPEL | Examinador Externo |
Resumo: As questôes relacionadas às mudanças climáticas e a elevação da temperatura da atmosfera terrestre têm sido cada vez mais discutidas em todo o planeta. Neste cenário, o potencial das florestas em fixar carbono em sua biomassa vem ganhando destaque. Objetivou-se verificar o efeito do espaçamento sobre a biomassa (BIO) e o estoque de carbono (EC) em um povoamento de Anadenanthera peregrina (L.) Speg estabelecido em área de pastagem. A pesquisa foi desenvolvida na área experimental do Ifes Campus de Alegre, em Rive, Alegre, ES, Brasil. O povoamento foi implantado em junho de 2011 com diferentes espaçamentos (3 x 2, 3 x 3, 4 x 3, 4 x 4 e 5 x 5 m), distribuído em três blocos. Realizou-se o inventário florestal para obtenção do diâmetro a 1,30 m do solo (DAP) e da altura total das árvores (Ht) e na sequência foi amostrada a BIO acima do solo, com a seleção e derrubada de 45 árvores. Desse total, 15 árvores tiveram seu sistema radicular amostrado. Foi amostrada a necromassa de galhos no piso florestal em 15 parcelas (30 x 50 m) da pesquisa e ainda o solo nas profundidades 0-5, 5-10 e 10-20 cm em todas as parcelas obtendo-se o teor de carbono (TC) e carbono isotópico. A partir dos valores individuais, foram ajustados modelos de regressão para estimar a BIO populacional para cada compartimento das árvores. O EC foi calculado por meio da multiplicação da BIO pelo respectivo TC da amostra. Para o solo, o EC foi estimado usando a densidade do solo e do TC na amostra. O EC obtido por meio de equações de BIO multiplicada pelo TC determinado na amostra foi mais exato em relação aos outros métodos testados. As médias de BIO e EC total acima do solo foram, respectivamente, 16,42 e 7,21 Mg ha-1. A participação relativa das frações nesse total foi: galhos (44,99%), fuste (40,77%), folhas (13,99%) e casca (4,90%). Para as raízes e necromassa a média de BIO foi, respectivamente, 6,68 e 1,71 Mg ha-1 e para EC as médias foram, respectivamente, 0,76 e 2,95 Mg ha-1. Os teores médios de carbono variaram de 43,97% nas folhas até 44,31% na casca, com média aritmética geral de 44,20%. Convertendo o valor total do EC (EC solo + EC BIO + EC necromassa) em dióxido de carbono equivalente (CO2eq.), estima-se 1161,12 Mg de CO2 sequestrados da atmosfera. Não houve efeito do espaçamento de plantio sobre o EC do solo e sobre a necromassa. Após 68 meses de implantação do povoamento florestal, o EC total do solo foi reduzido em 22,72%. Entretanto, nesta idade, 20,99% do carbono do solo foi oriundo das árvores de A. peregrina, em substituição ao carbono oriundo da pastagem. Houve a tendência de maior quantidade de BIO e carbono nas árvores nos menores espaçamentos, com redução dos valores nos maiores espaçamentos. O solo foi o compartimento que estocou a maior porcentagem de carbono (70%), seguido da biomassa aérea (21%), raízes (6%) e da necromassa (3%).
Palavras-chave: mudança de uso do solo, carbono orgânico, densidade básica, sequestro de carbono, mudanças climáticas.