Restaurando ambientes minerados: ações para recompor a vegetação nativa sobre depósitos de rejeitos na Mata Atlântica

Resumo: A mineração é considerada uma atividade econômica de grande importância para o Brasil. No Espírito Santo, ela é
responsável por colocar o Estado em destaque mundial, principalmente pelo beneficiamento de rochas ornamentais,
como o mármore e o granito. Em todas as etapas da mineração são gerados impactos ambientais negativos, alguns
dos quais irreversíveis quando se consideram os aspectos bióticos e abióticos do ambiente. Durante a extração das
rochas, são originados os rejeitos ou materiais estéreis, que não são viáveis economicamente ou que não atendem as
especificações técnicas do mercado consumidor, seja ele interno ou externo. Estes rejeitos, por sua vez, são
armazenados em pilhas (ou depósitos), as quais se constituem em áreas degradadas que necessitam receber algum
tipo de intervenção para sua estabilidade. Além da conformação destes depósitos, que muitas vezes se constituem em
amontoados de solo/substrato e rejeitos, há a necessidade de se promover a recuperação da área, que pode ser pela
reabilitação ou restauração ecológica. O acordo firmado entre nações e a União Europeia durante a COP 21, incluiu
como meta para o Brasil, a restauração de florestas, o que só será atingido com o apoio dos governos nas esferas
federal, estadual e municipal. Deste modo, se faz necessário promover a recuperação de áreas degradadas por meio
da restauração ecológica, a qual tem como premissa a formação de um ecossistema que desempenhe suas funções
ecológicas, ambientais e seja funcionalmente sustentável. A restauração ecológica de depósitos de rejeitos da
mineração de rochas ornamentais (mármore e granito) ainda é incipiente no Brasil, principalmente porque não há
estudos que demonstrem como pode ser realizada a restauração, seja em termos de técnicas, metodologias e espécies
nativas adequadas para iniciar o processo de recuperação destes ambientes considerados inóspitos. Neste sentido, a
presente proposta tem como objetivo principal avaliar diferentes metodologias, técnicas e o desempenho de diferentes
espécies arbóreas de ocorrência em diferentes habitats (florestas e afloramentos rochosos), para promover a
recuperação ambiental de áreas degradadas pela mineração de rochas ornamentais, para direcionar futuras tomadas
de decisão em relação às políticas de restauração ecológica no Espírito Santo. Para atender ao objetivo proposto,
serão implantados diferentes tratamentos nos depósitos de rejeitos, que correspondem à diferentes técnicas e métodos
e diferentes espécies arbóreas nativas da Floresta Estacional Semidecidual, que correspondem a espécies terrícolas,
além de espécies rupícolas (que vivem sobre rochas) e são comuns sobre afloramentos rochosos. Com a realização da
presente proposta, espera-se identificar a metodologia/técnica e espécies mais adequadas para restaurar depósitos de
rejeitos da mineração; contribuir para a formulação de políticas públicas voltadas à restauração ecológica de rejeitos e
maior consolidação das pesquisas científicas neste campo, com destaque para a inserção da comunidade acadêmica e
da população geral no entendimento da importância de se restaurar e conservar a diversidade ambiental e ecológica da
região sul do Espírito Santo. Também espera-se que os resultados da presente proposta possam auxiliar os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental de rochas na região sul capixaba, assim como organizações e instituições, na percepção da necessidade de adequar as legislações vigentes e processos produtivos à conservação ambiental,
garantindo a sustentabilidade dos empreendimentos voltados à mineração.

Data de início: 02/05/2022
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador SUSTANIS HORN KUNZ
Pesquisador MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA
Pesquisador HENRIQUE MACHADO DIAS
Acesso à informação
Transparência Pública

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