IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA RESISTÊNCIA DE CLONES DE EUCALIPTO A Ceratocystis fimbriata
Nome: MARCILENE FAVALESSA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/09/2014
Orientador:
Nome | Papel |
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JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE | Co-orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE | Coorientador |
WALDIR CINTRA DE JESUS JUNIOR | Orientador |
WILLIAN BUCKER MORAES | Examinador Externo |
Resumo: O eucalipto é uma das espécies florestais de importância comercial cultivada em vários países do mundo, possuindo ampla adaptabilidade ambiental, representando grande fonte de recursos financeiros para a economia do Brasil. A murcha deCeratocystis fimbriata no eucalipto é uma das doenças que limitam o crescimento e a produtividade da cultura. O patossistema, bem como suas interaçõespode ser afetado pelas mudanças climáticas globais, principalmente com relação às alterações de temperatura e de dióxido de carbono (CO2). Diante desse contexto, o objetivo deste trabalho foi analisar o efeito do aumento da concentração de CO2 e da temperatura sobre o comportamento de dois clones de eucalipto com diferentes níveis de resistência aCeratocystis fimbriata. O estudo foi desenvolvido em câmara de crescimento(fitotron)do Laboratório de Meteorologia e Ecofisiologia Florestal no Departamento de Ciências Florestais e da Madeira do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, localizada no município de Jerônimo Monteiro, ES. Foram utilizadas mudas de eucalipto com diferentes graus de resistência ao patógeno, em fase inicial transplantadas para vasos de 12L e permanecendo em casa de vegetação por 45 dias, sendo em seguida inoculadas com o patógeno e mantidas no fitotron por 30 dias. O experimento foi desenvolvido em doiscenários com condições ambientais diferentes, onde se simulou o aumento da temperatura conforme dados de trabalhos científicos, para a região norte do estado do Espirito Santo. Ocenário atual foi desenvolvido com temperatura variando de 18 a 30ºC e concentração de CO2 de 400 μmol.mol-1 e o cenário futuro com temperatura variando de 22 a 34ºC e concentração de CO2 de 800 μmol.mol-1. Foram quantificadas as características de crescimento através da mensuração de altura, diâmetro, área foliar e massa seca das plantas. Para caracterizar as respostas ecofisiológicas, foram realizadas medidas das trocas gasosas. O delineamento experimental utilizado foi Inteiramente Casualizado (DIC) em esquema fatorial 3x2, sendo três clones e dois cenários, as médias quando significativas foram submetidas ao teste de Tukey para comparação a nível de 5% de probabilidade. Para os dois materiais genéticos de eucalipto avaliados, a elevada concentração de CO2 e da temperatura no cenário futuro, atuou como um fator estressante para as mudas de eucalipto, onde foi possível notar que as mudas submetidas a esse cenário apresentaram menores valores de massa seca total, área foliar, altura da parte aérea e fotossíntese liquida. Quanto à severidade da doença, o clone suscetível inoculado apresentou a doença nos dois cenários em estudo, já o clone resistente apresentou comportamento distinto quando comparados os dois cenários estudados, observando-se a doença apenas nas mudas do cenário futuro. Com base nos resultados dessa pesquisa, acredita-se que as mudanças climáticas devem alterar as condições de resistência de plantas de eucalipto, aumentando a intensidade das doenças.