COMO AVALIAR O IMPACTO POSITIVO LÍQUIDO EM BIODIVERSIDADE: UMA ANÁLISE CRÍTICA DE MÉTRICAS
Nome: RÔMULO PEREIRA DA SILVA ARANTES
Data de publicação: 02/10/2023
Banca:
Nome | Papel |
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HENRIQUE MACHADO DIAS | Presidente |
GUSTAVO CALDERUCIO DUQUE ESTRADA | Examinador Externo |
DANIEL MEDINA CORREA SANTOS | Examinador Externo |
Resumo: A pressão sobre ambientes naturais em função do desenvolvimento industrial é uma realidade em todo o mundo, e cresce conforme o aumento da demanda por consumo de bens materiais, combustível, energia, alimento e moradia. A intervenção humana no ambiente causa impactos na biodiversidade, que tem fundamental importância para a manutenção dos processos ecológicos e está diretamente relacionada com a qualidade ambiental dos ecossistemas tropicais. Para que não haja prejuízo líquido na biodiversidade, quando estes impactos não podem ser evitados, mesmo quando reduzidos, idealmente devem ser compensados. A Organização das Nações Unidades (ONU) com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), conta com uma agenda específica para biodiversidade. Com a determinação de padrões de desempenho aplicados a projetos financiados por instituições associadas ao Banco Mundial, consorciados com a International Finance Coporation (IFC), resultou em compromissos de diversos segmentos do setor industrial para que não haja perdas líquidas em biodiversidade. O acordo de Kunming-Montreal assinado no 15 encontro da Conferência das Partes (COP15) em dezembro de 2022 estabelece a proteção de 30% do planeta até 2030 visando a proteção da biodiversidade. A necessidade de se compensar danos e consequentemente
impactos causados pela perda de biodiversidade, frente ao desenvolvimento industrial, assim como comprovar a adicionalidade de projetos de conservação para a biodiversidade, demanda base científica para o estabelecimento de critérios técnicos desenvolvidos para quantificar e dimensionar estas perdas e ganhos. Existem diversas publicações que se propõem a calcular as perdas e projetar ganhos com a finalidade de se compensar a biodiversidade de forma equivalente com a utilização de métricas. Até o momento não houve nenhuma revisão sistemática ou classificação comparativa das alternativas disponíveis de 9 contabilidade da biodiversidade que visem facilitar a seleção de métricas para aplicação em florestas tropicais. Este estudo teve como objetivo realizar o levantamento e a análise crítica das métricas utilizadas para determinar perdas e ganhos líquidos em biodiversidade, tendo em vista a seleção de métodos para se avaliar o desempenho em biodiversidade para o setor industrial. Foram consideradas na análise 20 métricas avaliadas considerando, vantagens, desvantagens, complexidade, eficácia, prontidão, tipo de biodiversidade, dentre outros aspectos dispostos em matriz de decisão (ANEXO 1) que resultou na recomendação do uso de 5 métricas que podem expressar as perdas e ganhos líquidos em biodiversidade aplicáveis a florestas tropicais. As métricas selecionadas foram: Biodiversity Significance Index (BSI), Biodiversity Metric 3.0 (Defra), Net Impact Assessment (WBCSD/CSI), Loss Gain Calculator e a Disaggregated Model.