Desenvolvimento de compósitos poliméricos de matriz epóxi reforçados com partículas do caroço de Euterpe edulis Martius tratadas quimicamente
Nome: MAYARA DE OLIVEIRA CAMILLO
Data de publicação: 30/10/2023
Banca:
Nome | Papel |
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FABRICIO GOMES GONCALVES | Examinador Interno |
MICHEL PICANCO OLIVEIRA | Presidente |
VERÔNICA SCARPINI CANDIDO | Examinador Externo |
Resumo: O setor industrial possui interesse em desenvolver produtos que possam ser produzidos utilizando menos energia e com baixo impacto ambiental. Neste sentido, os materiais compósitos poliméricos têm grande destaque devido a sua versatilidade em se obter produtos com diferentes estruturas e propriedades. A utilização de resíduos agrícolas para reforçar matrizes poliméricas, reduz o manuseio da matéria-prima petroquímica na geração de novos produtos. Neste contexto, o caroço de juçara que é o rejeito do fruto da palmeira Euterpe edulis Martius, descartado após a extração da polpa para o consumo, é um resíduo agroindustrial promissor. Perante o exposto, visando a inovação na área de materiais renováveis, o objetivo desta pesquisa é o reaproveitamento do caroço de juçara como reforço em matriz polimérica epóxi e o estudo da influência dos tratamentos químicos com hidróxido de sódio (NaOH) à 7% e com acetilação (anidrido acético e ácido acético). Posto isto, esse estudo produziu e caracterizou compósitos com matriz epóxi reforçados com 50, 60 e 70% de fibras e partículas do caroço de juçara naturais, alcalinas e acetiladas. Realizou-se caracterização lignocelulósica, distribuição granulométrica, microscopia eletrônica de varredura (MEV), termogravimetria (TG), espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) e difração de raio-X (DRX) nos três tipos de fibras e partículas do caroço de juçara (FPCJ). Estas foram misturadas com a resina epóxi e inseridas no molde metálico para serem prensadas à 4,72 MPa durante 24 horas. Para a caracterização dos compósitos, foram realizadas análises de absorção de água, tração, flexão, impacto Charpy, TG, MEV, FTIR e DRX. No ensaio de flexão e no ensaio de impacto Charpy, os compósitos com 50% de FPCJAc e 60% de FPCJN, foram os que obtiveram maior resistência. No ensaio de tração, nenhum compósito obteve resistência superior ou igual à resina pura. No ensaio de absorção de água o compósito com 50% de FPCJAc foi o único a obter baixa absorção. Registros do MEV, DRX, TG e análise lignocelulósica comprovaram um aumento na hidrofobicidade das FPCJAc e uma melhor interação entre elas e a matriz epóxi, nos compósitos acetilados. De forma geral, visando o desempenho mecânico e a sustentabilidade, os compósitos naturais são os mais indicados para a busca de alguma aplicação industrial.