ASPECTOS ECOLÓGICOS PARA CATEGORIZAÇÃO DE ESTÁGIOS SUCESSIONAIS NA FLORESTA ATLÂNTICA
Nome: CAREM CRISTINA ARAUJO VALENTE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/02/2023
Orientador:
Nome | Papel |
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GILSON FERNANDES DA SILVA | Co-orientador |
HENRIQUE MACHADO DIAS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CRISTIANE COELHO DE MOURA | Examinador Externo |
HENRIQUE MACHADO DIAS | Orientador |
RENAN KÖPP HOLLUNDER | Examinador Externo |
Resumo: A Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros mais ricos em biodiversidade, e também é o que mais sofreu com atividades antrópicas, o que levou a uma fragmentação dos seus remanescentes que estão em diferentes estágios de sucessão. Assim, a dissertação teve como objetivo descrever a composição florística, ambiental e estrutural do estrato árboreo e regenerante de três diferentes remanescentes de Floresta Ombrófila Densa das Terras
Baixas, no norte do estado do Espírito Santo, e relacioná-las com as diferentes
classificações e normativas de estágios sucessionais da Mata Atlântica. Para a vegetação árborea, foram alocadas 15 parcelas fixas de 30 m x 30 m, com 5 parcelas dentro de cada fragmento. Foram amostrados todos os indivíduos arbóreos vivos com diâmetro a altura do peito (DAP a 1,30m) ≥ 5 cm. Para a vegetação regenerante, a amostragem foi realizada na área das parcelas já existentes do estrato árboreo. Foram estabelecidas 15 unidades amostrais, em que cada unidade foi composta por 3 subparcelas com dimensões de 5 m x 5 m, sendo demarcadas 5 unidades amostrais em cada um dos três fragmentos. Os critérios foram altura mínima de 50 cm e DAP < 5. Foram obtidos para
ambos os estratos, os parâmetros fitossociológicos, índice de diversidade de Shannon, a uniformidade da distribuição pela equabilidade de Pielou, bem como a estrutura e composição florística entre os fragmentos. Ainda, foi realizado uma análise de espécies indicadoras (ISA) para verificar espécies indicativas. A fim de verificar a similaridade das unidades amostrais dos fragmentos, foi realizado o índice de Jaccard e o método (UPGMA), além de um NMDS para verificar a existência de grupos similares. Para avaliação da relação da vegetação dos dois estratos com as variáveis ambientais, foram obtidos dados de luminosidade e atributos do solo. A luminosidade foi obtida de
fotografias digitais hemisféricas, que foram coletadas e analisadas pelo software GLAMA. A análise dos atributos físicos e químicos do solo foi realizada por meio de amostras heterogênias provenientes de 5 amostras coletadas de 0-20 m em cada vértice e centro de cada unidade amostral. Com as variáveis ambientais, foram realizadas Análises de Redundância (RDA) para verificar a influência das variáveis na vegetação de ambos os estratos. Os fragmentos 1 e 2 apresentaram menor riqueza e diversidade de espécies em detrimento ao fragmento 3 nos dois estratos, também apresentaram predominância de
espécies secundárias iniciais, maior relação com a luminosidade e um solo mais pobre em nutrientes, o que sugere que o fragmento está em estágio de vegetação secundária média. O fragmento 3 apresentou predominância de espécies tardias, maior fertilidade do solo e menor relação com a uminosidade, o que pode indicar condições de um fragmento de vegetação com um estágio mais avançado de sucessão. Foi constatado que as variáveis ambientais influenciaram a vegetação nos dois estratos e essas alterações ocasionam diferenças na estrutura, composição, o que pode ocasionar diferentes
trajetórias sucessionais. A regeneração também contribuiu para a classificação dos estágios sucessionais, e é importante para predizer a recuperação e o consequente avanço sucessional da floresta. Com este estudo, podemos constatar que um número maior de parâmetros torna a classificação das categorias sucessionais mais eficiente. Isso porque outros indicadores ecológicos ajudam a compreender melhor a trajetória sucessional e não apenas parâmetros estruturais.
Palavras-chave: Biodiversidade; Floresta Atlântica; Regeneração natural; Variáveis ambientais