ALTIMETRIA E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA LAGOA MÃE-BÁ, ESPÍRITO SANTO - BRASIL
Nome: CLÁUDIO BARBERINI CAMARGO FILHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 24/03/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS | Orientador |
BRUNO DE LIMA PRETO | Examinador Externo |
DIEGO LANG BURAK | Examinador Externo |
HENRIQUE MACHADO DIAS | Examinador Interno |
JÉFERSON LUIZ FERRARI | Examinador Externo |
Resumo: A avaliação de impactos ambientais em recursos hídricos é um tema multidisciplinar, pois demanda de conhecimentos diversos. Entre esses, pode-se citar, geoprocessamento, química da água, ciclagem de nutrientes, legislação, ecologia, toxicologia entre outros. As características morfométricas de uma lagoa são essenciais para entender seu funcionamento, pois podem influenciar a qualidade da água. Tais características podem ser aferidas por meio de estudos batimétricos, a partir de eco sondas ou de imagens derivadas de satélites. Neste caso, utiliza-se interpoladores (modelos matemáticos) construindo espaços tridimensionais. Por meio destes modelos tridimensionais, é possível determinar as características batimetricas do recurso hídrico. O estudo da conformação do recurso hídrico é o primeiro passo para avaliação de impactos ambientais. As características batimétricas influenciarão na composição física e química da água, que por sua vez influencia na composição de comunidades de zooplâncton e fitoplâncton, afetando todo o ecossistema. É sabido que lagoas com baixa profundidade são sistemas muito mais sensíveis, pois o próprio turbilhamento da água aumenta a possibilidade da suspensão do sedimento, modificando caraterísticas física e químicas da água (devido a revolvimento da matéria orgânica), podendo aumentar o estado trófico do ambiente. Além disso, o turbilhamento pode suspender substâncias tóxicas, como por exemplo elementostraços depositados no sedimento. Estes acontecimentos podem aumentar a toxicidade deste ambiente para a ictiofauna local, que a longo prazo pode causar danos irreversíveis ao ecossistema. Os testes de genotoxicidade, como o teste do micronúcleo ou ensaio cometa, podem auxiliar um diagnostico ambiental seguro. Nosso objetivo foi utilizar imagens do Landsat 8 juntamente modelos de inteligência artificial como o Random Forest para obter a potencialidade de imagens de sensoriamento para predição da batimetria em uma lagoa e avaliar a qualidade ambiental por meio de testes de genotoxicidade de uma lagoa costeira. Para isso utilizamos dois tipos de batimetria, a primeira foi realizada por meio de receptores geodésicos de GNSS, de dupla frequência, em tempo real (RTK) acoplado a um ecobatímetro e na segunda foi utilizada imagens derivadas de satélites (Landsat 8) com o processamento dos dados utilizando o pacote Random Forest do programa R. Realizamos também a análise da água e a quantificação de elementos-traços no sedimento da lagoa. Por fim, foram realizados testes de genotoxicidade através do teste do micronúcleo e o ensaio cometa. A utilização de técnicas batimétricas utilizando imagens derivadas do sensor OLI do satélite Landsat 8 é uma boa alternativa em lagoas, desde que não apresentem estágios de eutrofização avançados. Foi detectada uma concentração elevada de Ni e Cr no sedimento, mas apesar dos testes de genotoxicidade derem positivo, não é possível identificar a causa desta genotoxicidade. Não é possível apontar a mineradora como a principal fonte de Ni e Cr na lagoa, pois análises realizadas em uma lagoa testemunha apresentou níveis de Ni e Cr elevados. Sendo assim concluímos que a lagoa Mãe-Bá vem sofrendo uma forte pressão antrópica e que pode estar sendo potencializada pela sua morfometria e características ambientais do local.
Palavras-chave: Lagoas costeiras; batimetria; elementos-traço; genotoxicidade; teste do micronúcleo; ensaio cometa.