FLORÍSTICA, FITOSSOCIOLOGIA E ETNOBOTÂNICA DA VEGETAÇÃO COSTEIRA DA RESERVA ESPECIAL DE MAPUTO, MOÇAMBIQUE
Nome: ELIAS SECRETARIO ARMANDO FERREIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 24/02/2022
Orientador:
Nome |
Papel |
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| HENRIQUE MACHADO DIAS | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| HENRIQUE MACHADO DIAS | Orientador |
| KARLA MARIA PEDRA DE ABREU | Examinador Externo |
| MÁRLIA REGINA COELHO-FERREIRA | Examinador Externo |
| RAFAEL MARIAN CALLEGARO | Examinador Externo |
| SALOMÃO OLINDA BANDEIRA | Examinador Externo |
Resumo: O conhecimento florístico, fitossociológico e etnobotânico das formações florestais é fundamental para a conservação e manutenção da biodiversidade. Em Moçambique é considerado um dos maiores desafios para a gestão ambiental devido ao elevado nível de perturbação antrópica. As vegetações costeiras desempenham papel importante na proteção das dunas praiais, resultando no impedimento do avanço das águas do mar em direção ao continente, bem como no impacto da biodiversidade ao longo da mesma. Outrossim, a proteção desses ecossistemas costeiros traz benefícios ambientais, sociais e econômicos para as comunidades tradicionais residentes nas proximidades. Neste contexto, houve a necessidade de caracterizar os aspectos florísticos, fitossociológicos e etnobotânicos da vegetação costeira da Reserva Especial de Maputo, associando esses conhecimentos aos ganhos conservacionistas futuros nos âmbitos local, regional e global. Para tanto, este estudo seguiu os seguintes procedimentos metodológicos: 1) amostragem florística, onde foi feita a coleta de espécimes de todos indivíduos amostrados e a sua respectiva identificação; 2) análise de similaridade florística entre a vegetação costeira da Reserva Especial de Maputo, das homônimas de Moçambique, de outros países da costa oriental e ocidental de África; 3) amostragem fitossociológica, que consistiu do levantamento dos dados da estrutura horizontal e vertical da vegetação; 4) caracterização da abertura do dossel; 5) amostragem pedológica, onde foi feita a coleta do solo; e 6) levantamento etnobotânico, que teve o auxílio das entrevistas semiestruturadas e reuniões com a população local. Os dados foram analisados utilizando o programa PAST e RStudio. A partir dos dados obtivemos os seguintes
resultados: a) maior número de indivíduos sendo árvores, de estágio secundário tardio, de dispersão de zoocórica e polinização por melitofolia e sem espécies em risco de extinção. A vegetação da área estudada é mais similar às da costa oriental africana e pouco similar com as da costa ocidental de África. Os diferentes ambientes climáticos e edáficos que originaram ecorregiões terrestres diferentes contribuem na alta e baixa similaridade florística entre a flora costeira da África Oriental e África Ocidental. b) há diferenças na estrutura, composição, e distribuição de espécies no remanescente florestal costeiro que foi influenciada por variáveis ambientais como cálcio, potássio, sódio, umidade, abertura do dossel e matéria orgânica. Estes resultados reforçaram a necessidade de criar estratégias de conservação para minimizar a degradação de dunas costeiras em regiões fora de áreas protegidas e a consequente perda de biodiversidade nesses ecossistemas florestais; c) com relação à etnobotânica, a espécie Mimusops caffra foi a que teve maior valor de uso (2,56). As categorias de usos mais citadas foram a medicinal e construção (40% e 28%). As plantas medicinais mais citadas foram Acacia kraussiana e Bridelia cathartica. A maioria das partes das plantas utilizadas são raízes e caules (75%). Com base nos resultados, o presente estudo trouxe uma valiosa contribuição para o conhecimento da composição florística, estrutura da vegetação costeira, conhecimento local e benefícios dos recursos florestais para a gestão da Reserva Especial de Maputo.
Palavras-chave: Biodiversidade, Vegetação costeira, Conhecimento tradicional, Área protegida
