FLORA E ECOLOGIA DE COMUNIDADES LENHOSAS DE INSELBERGS NA BACIA DO RIO ITAPEMIRIM, ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Nome: JOÃO MÁRIO COMPER COVRE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/10/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
HENRIQUE MACHADO DIAS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
HENRIQUE MACHADO DIAS Orientador
LUIZA FONSECA AMORIM DE PAULA Examinador Externo
MARCELO TRINDADE NASCIMENTO Examinador Externo

Resumo: A Floresta Atlântica representa domínios biogeográficos mais biodiversos do planeta, onde destacam-se os inselbergs, que são afloramentos rochosos formados por rochas graníticas e/ou gnáissicas, elementos de destaque na paisagem. Por conta de condições ambientais limitantes, esses ambientes abrigam espécies vegetais altamente especializadas com adaptações e características específicas, gerando uma flora com elevados níveis de diversidade e endemismo, tornando-os excelentes locais para estudos científicos. Assim, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a flora e avaliar os padrões estruturais da vegetação lenhosa e sua relação com fatores abióticos, em três inselbergs graníticos na bacia do Rio Itapemirim, Espírito Santo, Brasil. No primeiro capítulo, analizamos a composição da flora lenhosa das ilhas de vegetação e escrube de três inselbergs que compõe o Complexo Pedra das Andorinhas (CPA) e sua similaridade com outros 12 inselbergs estudados no Brasil, por meio de análises de agrupamento e ordenação. Com base em 20 expedições de campo realizadas entre os anos 2019 e 2020 e dados de literatura, registramos um total de 27 espécies, 25 gêneros e 16 famílias. As famílias Fabaceae e Myrtaceae, e o gênero Eugenia foram os mais ricos em espécies. As síndromes de polinização e de dispersão predominantes foram entomofilia e zoocoria. Além disso, Ficus cyclophylla, Trigoniodendron spiritusanctense e Wunderlichia azulensis configuram na lista nacional de espécies ameaçadas, e Pseudobombax aff petropolitanum, Tabebuia reticulata e Wunderlichia azulensis são endêmicas de inselbergs da Mata Atlântica e Caatinga. Quanto a distribuição geográfica, predominaram espécies endêmicas da Mata Atlântica (33%) e espécies com ampla distribuição geográfica entre os domínios fitogeográficos brasileiros (30%). O CPA possui mais espécies em comum com outros inselbergs de Floresta Estacional Semidecidual submontana do sul do Espírito Santo, em função da distância geográfica. Para o segundo capítulo, nos três inselbergs do CPA foram alocadas 12 parcelas de 20 x 20 m (quatro parcelas por inselberg),
distribuidas ao acaso em áreas de vegetação lenhosa. Todas os indivíduos lenhosos que possuíam DAP > 5 cm foram incluídos e os fatores abióticos coletados em cada parcela foram: propriedades físico-químicas do solo, profundidade do solo, declividade e área exposta de rocha. Não encontramos diferenças na composição/diversidade de espécies entre os três inselbergs. No geral, foram contabilizados 275 indivíduos lenhosos, distribuídos em 20 espécies, 18 gêneros, 12 famílias. As famílias mais ricas em termos de número de espécies foram Fabaceae (cinco espécies) e Myrtaceae (três espécies). A densidade média de indivíduos foi de 573 ind. ha-1 e área basal total de 8,782 m² ha-1, e as espécies com maiores valores de IVI para todas as áreas foram Pilocarpus spicatus e Pseudobombax aff petropolitanum. Os nossos resultados apoiam a hipótese de que as propriedades físicas do inselberg (declividade, profundidade de solo e área exposta de rocha) desempenha um papel relevante na estruturação da vegetação lenhosa, influenciando na abundância, riqueza e diversidade de espécies. Este estudo oferece a primeira contribuição para conhecimentos da flora lenhosa de inselbergs graníticos do Espírito Santo.

Palavras-chave: afloramentos graníticos, conservação, espécies lenhosas, estrutura horizontal, fatores abióticos, Floresta Atlântica.

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