SERAPILHEIRA E APORTE DE NUTRIENTES EM CRONOSSEQUÊNCIA DE ÁREAS EM RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
Nome: JULIA SIQUEIRA MOREAU
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/07/2021
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| JOSÉ PIRES DE LEMOS FILHO | Coorientador |
| MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Orientador |
| MATHEUS LOPES SOUZA | Examinador Externo |
| MONIQUE PERINI | Examinador Externo |
| SUSTANIS HORN KUNZ | Examinador Interno |
Resumo: O processo de restauração de áreas degradadas deve ser monitorado ao longo dos anos por meio de indicadores, dentre eles estão a produção de serapilheira e ciclagem de nutrientes, para garantir a ocorrência do avanço sucessional. Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar a eficiência da restauração ecológica ao longo de uma cronossequência em áreas sob domínio da Floresta Atlântica, por meio do aporte e conteúdo de nutrientes da serapilheira e sua relação com variáveis ambientais. O estudo foi desenvolvido na Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Fazenda Bulcão, localizada no município de Aimorés, Minas Gerais. Foram consideradas quatro áreas da propriedade, sendo três em diferentes épocas de processo de restauração (Área 1: 20 anos; Área 2: 10 anos e Área 3: 5 anos) e uma área de referência. Para avaliar a biomassa e conteúdo de nutrientes, a serapilheira aportada foi coletada em 10 coletores suspensos em cada área, mensalmente, entre abril de 2017 e janeiro de 2019, e separada nas frações F1: folhas; e F2: em galhos e miscelânea (G+M), posteriormente foram secas e pesadas. Para a análise química dos macronutrientes e carbono orgânico dessa serapilheira, as amostras mensais de cada fração, foram agrupadas em duas estações sendo, verão (outubro a março) e inverno (abril a setembro). Para avaliar os efeitos do tempo no aporte de serapilheira foram utilizados os modelos lineares generalizados (GLM) e o conteúdo de serapilheira aportada foi avaliado por meio do escalonamento multidimensional não métrico (NMDS). A relação entre o conteúdo total de cada nutriente da serapilheira, variáveis edáficas e índice de área foliar (IAF) foi avaliada por análises de regressão múltipla utilizando modelos lineares generalizados (GLM). A produção total anual de serapilheira aportada foi de 10503,38 Kg ha-1 ano-1 para a área com 5 anos em restauração, 5806,49 kg ha-1 ano-1 para a área de 10 anos, 22710,76 ha-1 ano-1 na área de 20 anos e 24879,73 kg ha-1 ano-1 referência, para o primeiro ano de avaliação. Considerando a produção de serapilheira sazonal e o conteúdo de nutrientes e carbono orgânico, foi constatado o aumento ao longo da cronossequência em estudo, aproximando a área de 20 anos com a área referência e diferindo das áreas mais jovens (5 e 10 anos). As variáveis que melhor explicaram o comportamento do conteúdo de nutrientes da serapilheira aportada foram o pH, capacidade de troca catiônica (T), a umidade do solo e o IAF. Os resultados apresentados nesse estudo indicaram um avanço no processo de restauração ecológica ao longo dos anos em áreas de Floresta Atlântica, a partir da análise do aporte de serapilheira. No entanto, sugere-se que estudos complementares de composição de espécies e de dinâmica da serapilheira sejam realizados para que se tenha um monitoramento mais abrangente sobre as áreas e seus processos.
Palavras-chave: Ciclagem Biogeoquímica, Áreas degradadas, Fertilidade do solo, Floresta Atlântica.
