DESASTRES NATURAIS RELACIONADOS COM TENDÊNCIAS DE PRECIPITAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO
Nome: MARIZA PEREIRA DE OLIVEIRA ROZA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/07/2021
Orientador:
Nome |
Papel |
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| ROBERTO AVELINO CECÍLIO | Orientador |
| SIDNEY SARA ZANETTI | Co-orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| GUSTAVO BASTOS LYRA | Examinador Externo |
| MARCEL CARVALHO DE ABREU | Coorientador |
| ROBERTO AVELINO CECÍLIO | Orientador |
Resumo: A ocorrência de desastres naturais está relacionada com os eventos de precipitação extrema que acontecem em um contexto de mudanças de fluxo atmosférico. Os extremos climáticos atuais e futuros implicam impactos adversos nos sistemas naturais, urbanos e rurais. Desastres desencadeados por extremos de precipitação representam grandes desafios sociais em uma série de setores, ainda mais em cenários de mudanças climáticas. Se associadas às mudanças no uso da terra, essa relação torna-se ainda mais complexa, especialmente em locais com relevo complexo, como é o caso do estado do Espírito Santo, Brasil. Portanto, se faz necessário conhecer a relação entre esses fatores para que medidas de mitigação dos impactos negativos das chuvas sobre as bacias hidrográficas capixabas sejam dotadas e para que o planejamento e gestão dessas bacias sejam executados. O objetivo do presente estudo foi a detectar tendências recentes no padrão de índices de precipitação para o estado do Espírito Santo. Complementarmente, buscou-se associar os registros de desastres naturais e a evolução das mudanças do uso da terra com as tendências observadas. O estudo foi realizado no Espírito Santo, região sudeste do Brasil. Utilizaram-se dados diários de chuvas pertinentes a 77 estações pluviométricas com séries históricas com mais de 40 anos para a análise de detecção de tendências climáticas em diferentes índices de precipitação. Reuniram-se informações sobre os registros de desastres naturais no território nacional ocorridos de 1991 a 2020, alémde dados referentes ao uso da terra de 1985, 2002 e 2019. Por meio do software RClimDex estabeleceram-se, para cada estação pluviométrica, séries históricas anuais de alguns indicadores de extremos de precipitação. Para detectar tendências foi utilizado o teste de Mann-Kendall (MK). O estimador Sen foi aplicado para estimar a taxa de variação linear e o teste de Pettitt para detectar pontos de mudança abrupta nas séries temporais dos indicadores. Também foram realizadas análises qualitativas dos resultados, fundamentadas em informações com base científica encontradas na literatura para relacionar os dados de desastres e de uso da terra com os resultadosde tendências de precipitação. De maneira geral, nas mesorregiões Litoral Norte e Noroeste foram encontradas tendências de redução das chuvas, com tendências pontuais de aumentos. A ocorrência de desastres como as estiagens e secas podem ser agravadas nestas mesorregiões, principalmente pelo aumento expressivo da atividade agrícola. As mesorregiões Central e Sul caracterizaram-se por apresentar tendências de aumento de eventos extremos de precipitação o que justifica a elevada ocorrência de cheias e chuvas intensas. Também foram detectados pontos de redução de chuvas amenas nas regiões de recarga hídrica, o que pode causar problemas de abastecimento hídrico, principalmente nas áreas com aumentos consideráveis de infraestrutura urbana, como na região Metropolitana de Vitória, na mesorregião Central. Pode-se sugerir que a recomposição florestal, desde que feita priorizando locais adequados para o fim que se propõem, pode amenizar os efeitos negativos socioeconômicos e geoambientais observados.
Palavras-chave: mudanças climáticas. RClimDex. desastres naturais.
