REGENERAÇÃO NATURAL E BANCO DE SEMENTES DO SOLO EM UM GRADIENTE ALTITUDINAL DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA
Nome: VÍTOR DE SOUZA ABREU
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/07/2017
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
HENRIQUE MACHADO DIAS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
HENRIQUE MACHADO DIAS | Orientador |
MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Suplente Interno |
MÁRIO LUÍS GARBIN | Examinador Interno |
RAFAEL MARIAN CALLEGARO | Examinador Externo |
SUSTANIS HORN KUNZ | Coorientador |
Páginas
Resumo: Para entender a regeneração natural como um processo de manutenção das espécies no ecossistema, é preciso compreender os mecanismos que viabilizam o ingresso de indivíduos na comunidade florestal e a influência de variáveis ambientais sobre a distribuição dessas espécies. Este estudo teve como objetivos investigar a influência de variáveis ambientais sobre a estrutura da regeneração natural e analisar a composição do banco de sementes do solo e suas relações florísticas com os estratos regenerante e adulto da comunidade, bem como com a chuva de sementes em um gradiente altitudinal. O estudo foi realizado no vale Santa Marta, ao sul do Parque Nacional do Caparaó, localizado na divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Durante estudos anteriores, foram demarcadas ao longo do vale, sete parcelas permanentes em diferentes cotas altitudinais. Para amostragem da regeneração natural e do banco de sementes, foram alocadas adjacentes a cada uma das sete parcelas, quatro subparcelas (2 x 20 m). Foram registrados dados de altura e diâmetro a altura do solo (DAS) de todos os indivíduos com altura mínima de 50 cm e diâmetro a altura do peito (DAP) inferior a 2,5 cm; e em duas épocas do ano (chuvosa e seca), foram coletadas amostras dos primeiros 8 cm de solo. Essas amostras foram mantidas em casa de vegetação por seis meses, onde foram realizadas avaliações mensais da quantidade de sementes germinadas. Os dados da chuva de sementes e do componente adulto foram obtidos de estudos anteriores. Além dos dados de vegetação, foram avaliadas variáveis ambientais e espaciais (MEMs Morans Eigenvector Maps) na comunidade. A similaridade florística entre as cotas altitudinais foi analisada com base no índice de Bray-Curtis, utilizando o método de agrupamento por médias não ponderadas (UPGMA). Foi realizada a Análise de Redundância (RDA), para verificar a influência de fatores ambientais e espaciais na vegetação regenerante; e o Escalonamento Multidimensional Não-métrico (NMDS), para analisar as relações florísticas no trecho de floresta em estudo. Tanto para a regeneração natural quanto para o banco de sementes, as cotas mais elevadas (1.420 a 1.550 m) foram floristicamente mais semelhantes entre si do que com as cotas mais baixas (1.112 a 1.391 m). Constatou-se que o padrão de distribuição de espécies se deu em função das variáveis ambientais (acúmulo de serapilheira e acidez potencial do solo) e da variável espacial MEM 15, sendo que os três primeiros eixos da RDA explicaram 60,1% da variação na composição florística do comunidade regenerante. Por fim, verificou-se o distanciamento florístico do banco de sementes em relação à chuva de sementes, regeneração natural e vegetação adulta em todas as cotas altimétricas, principalmente devido à predominância de espécies pioneiras. Estes resultados comprovam que algumas espécies possuem preferências ambientais ao longo do gradiente e que a ação conjunta de variáveis ambientais e espaciais são importantes preditoras da distribuição das espécies regenerantes no trecho de floresta estudado. Conclui-se ainda, que o banco de sementes é um importante mecanismo de recomposição da cobertura vegetal após eventuais distúrbios, pois é composto principalmente por espécies de estágios iniciais de sucessão.
Palavras-chave: Ecologia de comunidades florestais; estoque de sementes; diferenciação florística; relação vegetação-ambiente.