CONSERVAÇÃO EX SITU E TOLERÂNCIA A DESSECAÇÃO EM SEMENTES DE Lecythis pisonis CAMBESS.

Nome: CAROLINE PALACIO DE ARAUJO

Data de publicação: 23/02/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
RODRIGO SOBREIRA ALEXANDRE Orientador

Resumo: A espécie Lecythis pisonis Cambess. é uma castanheira pertencente à família Lecythidaceae, sendo comumente encontrada nos biomas Floresta Atlântica e Amazônica. Estudos relacionados com a sua propagação e conservação ex situ se fazem importantes, contribuindo para a proteção dos seus recursos genéticos ao longo do tempo. Esta pesquisa responde perguntas importantes relacionadas à propagação seminífera da espécie L. pisonis, cujos objetivos foram a) capítulo I – estudar temperaturas fixas e choques térmicos em diferentes tempos de exposição na fisiologia de sementes e crescimento inicial de plântulas de L. pisonis; b) capítulo II – analisar a influência do tamanho das sementes e o sombreamento na emergência de plântulas e na plasticidade fenotípica e fotossintética de mudas de L. pisonis; c) capítulo III – analisar a tolerância à dessecação e a manutenção da viabilidade de sementes da castanheira L. pisonis; e d) capítulo IV – analisar a qualidade fisiológica de sementes de L. pisonis durante o armazenamento ex situ em diferentes condições de temperaturas e variações de tempo. O capítulo I foi divido em experimento 1 (temperaturas fixas 30; 35; 40; 45 e 50 °C e choques térmicos nas temperaturas 30-35; 30-40; 30-45; 30-50; 35-40; 35-45; 35-50; 40-45; 40-50 e 45-50 °C nos tempos de exposições 20 h/4 h e 21 h/3 h) e experimento 2 (temperaturas fixas 30 e 45 °C e choque térmico 30-45 °C nos tempos de exposições 23,5 h/0,5 h; 23 h/1 h; 22 h/2 h; 21 h/3 h; 19 h/5 h; 18 h/6 h e 17 h/7 h). Ambos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições de 25 sementes cada, totalizando 100 sementes/tratamento. No capítulo II os tratamentos foram dispostos em um delineamento em blocos casualizados e sistema de parcelas subdivididas, analisando-se a massa das sementes (pequenas: 4 a 5,9 g; médias: 6 a 7,9 g e grandes: 8 a 9,9 g) x redução da capacidade luminosa (0; 30; 50; 70 e 80%), sendo utilizado quatro repetições de 25 sementes cada, totalizando 100 sementes/tratamento. No capítulo III os tratamentos foram dispostos em um delineamento em blocos casualizados, sendo constituído por tratamentos com diferentes teores de água nas sementes (30%, 15%, 10% e 4%). Em seguida, parte das sementes com teor de água de 4% foram armazenadas em recipientes de alumínio por um período de três meses nas temperaturas de freezer (-20) e ultrafreezer (-86 °C). Cada tratamento constituiu-se de 100 sementes, organizados em quatro repetições de 25 sementes cada. O capítulo IV foi divido em dois experimentos de armazenamento, sendo as sementes de L. pisonis acondicionadas em sacolas de papel Kraft Nat® (sacolas de juta) com tamanho de 23,5 x 10 x 31,5 cm e armazenadas em câmaras de germinação do tipo Demanda Bioquímica de Oxigênio (BOD), sob temperatura e umidade relativa de: 25 °C (UR = 63%); 6 °C (UR = 49%); 2 °C (UR = 31%) e -6 °C (UR = 10%), sendo a emergência do experimento 1 conduzida em BOD e a do experimento 2 em casa de vegetação. No capítulo I, o experimento 1 apresentou resultados eficientes ao expor as sementes de L. pisonis ao choque térmico 30-45 °C (20 h/4 h) e no experimento 2, ao submeter as sementes ao choque térmico 30-45 °C (21 h/3 h). Em ambos os casos houve alta emergência de plântulas, alto vigor e um sistema antioxidante eficiente, com o aumento da atividade das enzimas SOD, CAT e APX. No capítulo II, observou-se que sementes grandes apresentaram a maior emergência de plântulas (83,9%) ao serem expostas a um sombreamento de 49,32% (~50%). No capítulo III a emergência de plântulas decresceu em função do teor de água nas sementes (30>15>10>4%), variando entre 88 a 64% de emergência, respectivamente, as quais foram classificadas como sementes intermediárias. No capítulo IV, o experimento 1 obteve maior germinação (95%) e emergência de plântulas (65%) em sementes armazenadas a 2 °C por 11 meses. Já para o experimento 2, sementes armazenadas a uma temperatura de 6 °C alcançaram taxas de emergência de plântulas superiores a 70% para a maioria dos meses de armazenamento. Conclui-se para o capítulo I que o choque térmico 30-45 °C nos tempos de exposições 20 h/4 h e 21 h/3 h são ótimos para a emergência de plântulas de L. pisonis. No capítulo II, indica-se a utilização de sementes grandes (8 a 9,9 g) e sombreamento de 50% para a emergência de plântulas de L. pisonis. No capítulo III, conclui-se que sementes de L. pisonis possuem características intermediárias. No capítulo IV, conclui-se que é possível conservar sementes de L. pisonis durante um ano no armazenamento a uma temperatura de 6 °C, sendo estas classificadas como sementes intermediárias.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910