REGENERAÇÃO NATURAL E BANCO DE SEMENTES EM FLORESTA OMBRÓFILA DENSA MONTANA PÓS INCÊNDIO

Nome: GUILHERME JOSÉ MORES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 20/02/2020
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
SUSTANIS HORN KUNZ Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
SUSTANIS HORN KUNZ Orientador
KARLA MARIA PEDRA DE ABREU Examinador Externo
HENRIQUE MACHADO DIAS Coorientador
FABRÍCIO ALVIM CARVALHO Examinador Externo

Resumo: Os incêndios são uma das principais causas de perda de habitat e biodiversidade. Diante desse cenário, as áreas afetadas encontram maiores dificuldades de retomarem sua funcionalidade. Por isso, é de suma importância conhecer os mecanismos que darão suporte na restauração, bem como as mudanças na composição pós-fogo. À vista disso, o presente estudo teve como objetivo investigar os padrões de composição florística e estrutura da comunidade adulta, da regeneração natural e do banco de sementes do solo e sua relação com as variáveis ambientais em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa Montana pós-fogo, na Serra do Valentim, município de Iúna, ES. Para a realização deste trabalho foram mensurados os indivíduos lenhosos do estrato adulto e da regeneração natural em 30 parcelas de 5x10m (2 áreas de referência e 1 área incendiada, sendo 10 parcelas em cada). Foram considerados indivíduos adultos todos aqueles que tinham acima de 2,5cm de diâmetro à altura do peito (DAP) e, abaixo disso, com altura mínima de 60 cm, foram considerados regenerantes. No estrato regenerante foi avaliado se o indivíduo era proveniente de rebrota, a qual foi classificada em rebrota de caule, base e raiz. Para a amostragem do banco de sementes foram retiradas três amostras de solo (25cmx25cmx8cm) por parcela e homogeneizadas, compondo apenas uma, totalizando 30 amostras de banco de sementes do solo por área e por estação (seca e chuvosa). As amostras foram acondicionadas em bandejas plásticas e mantidas em casa de sombra sob tela de sombrite (65% de sombra) para indução da germinação. Para a análise das variáveis ambientais, foram coletadas informações de abertura de dossel, umidade e densidade do solo e amostras de solo superficial (20 cm de profundidade), para análise de rotina (química e física). Foram amostrados para a comunidade adulta 735 indivíduos distribuídos em 45 famílias e 165 espécies, com destaque para a referencia 1, com 47% dos indivíduos. Para a regeneração natural, foram contabilizados 2172 indivíduos, 42 famílias botânicas e 220 espécies. A área incendiada foi a que mais se destacou, com 119 espécies, apresentando também maior número de indivíduos rebrotantes, 54% do total. Para o banco de sementes foram contabilizados 1642 indivíduos, distribuídos em 31 famílias e 174 espécies, onde a área queimada apresentou maior número de espécies e a estação chuvosa maior densidade de espécies 654,4 m². O índice de diversidade de Shannon e a equabilidade de Pielou para área incendiada foi de H’ = 2,99 nats.ind-1 J’ = 0,82 para comunidade adulta, H’ = 3,86 nats.ind-1 e J’ = 0,80 para regeneração natural e H’ = 2,90 nats.ind-1 e J’ = 0,66 para o banco de sementes. A análise de correspondência distendida (DCA) demonstrou formações de grupos distintos entre as áreas, principalmente na comunidade adulta e no estrato regenerante, ao passo que, para o banco de sementes do solo, apenas as parcelas dos ecossistemas de referência formaram grupos, enquanto a área incendiada demonstrou grande heterogeneidade na distribuição das parcelas. A análise de correspondência canônica (CCA), para o estrato regenerante e adulto, mostrou que a área incendiada está mais correlacionada com as variáveis abertura de dossel, pH, fósforo e potássio, enquanto que sódio, umidade, CTC e argila, estão mais correlacionadas com os ecossistemas de referência. Para o banco de sementes, os eixos ainda seguiram a mesma tendência, no entanto, com as parcelas mais heterogêneas no diagrama. A área incendiada está em avançado processo de sucessão devido à abundância de espécies zoocóricas e alta contribuição de espécies pioneiras, secundárias iniciais e tardias. Acredita-se que o banco de sementes possa garantir a resiliência do local. No entanto, a área incendiada tende a formar um novo habitat, distinta dos demais ecossistemas de referência avaliados.

Palavras chave: floresta tropical úmida, efeito do fogo, estrato regenerante, relação vegetação-ambiente, Serra do Valentim.

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