Análise de Modelos de Riscos de Incêndios Florestais por Meio de Focos de Calor

Resumo: As áreas com cobertura florestal vêm sendo reduzidas desde o período da colonização do solo brasileiro embora que, atualmente, seja de forma menos evasiva se comparada aos anos de maior exploração. A redução das florestas está correlacionada às explorações predatórias da madeira e à expansão das fronteiras agrícolas, tais práticas usam o fogo como método para limpeza da área. Esse uso não autorizado do fogo já foi causa de incêndios de grandes proporções no Brasil, e tornou-se motivo de preocupação contínua para os gestores florestais de plantios comerciais e Unidades de Conservação em todo o País (EUGENIO, 2014).
De modo geral, nos países em desenvolvimento, a utilização da queima controlada ainda é adotada pelos proprietários rurais para a limpeza de áreas como forma de renovação da pastagem. Entretanto, o seu planejamento e execução incorretos podem resultar na perda de controle da região a ser queimada, resultando em um incêndio florestal (FAO, 2006).
O uso incorreto do fogo, os prejuízos financeiros causados e a maior conscientização da população em relação aos assuntos ambientais, fez com que ao final dos anos 90, os incêndios florestais começassem a ser tratados como um problema ambiental, logo, seus causadores, passaram a ser responsabilizados por crime ambiental, conforme previsto na Lei de número 9.605/98. Todavia, conforme descrito por Sant’Anna et al. (2007), o rigor da legislação não vem sendo suficiente para diminuir os incêndios florestais, uma vez que continuam sendo um grande problema ambiental no Brasil e no mundo.
As causas de um incêndio florestal são as mais diversas, porém pode-se agrupá-las em dois grandes grupos: causas antrópicas e causas naturais. Entretanto, sabe-se que para que se forme realmente um incêndio florestal é necessário que alguns fatores associados à combustão e à propagação do fogo estejam favoráveis à ignição e ao espalhamento das chamas (NOGUEIRA, 2002).
As condições climáticas exercem influência direta na ocorrência dos incêndios florestais e no modo como o mesmo irá se propagar (SOARES e BATISTA, 2007). A intensidade de um incêndio e a velocidade com a qual ele avança estão diretamente ligadas às condições meteorológicas locais, como por exemplo, umidade relativa do ar, temperatura do ar e velocidade do vento.
Devido à vasta variedade de formas de ocorrência e a importância de se combater qualquer incêndio florestal, a prevenção do mesmo, conforme relatado por Soares (1985), é a melhor alternativa. Assim, qualquer ação para prevenção dos incêndios florestais deve buscar a eliminação das causas.
Diversas medidas de prevenção e combate aos incêndios têm sido adotadas para minimizar os efeitos negativos do fogo. Os zoneamentos de risco de incêndios, oriundos de metodologias que quantificam o risco de se ocorrer um incêndio florestal, são instrumentos fundamentais no planejamento racional dos recursos destinados à prevenção e pré-supressão dos incêndios florestais.
Um zoneamento de risco de incêndio pode ser definido como a delimitação de áreas em função do potencial de ocorrência e propagação do fogo, identificada pelas características ambientais comuns que se traduzem em um mesmo potencial de risco. Para realizar o zoneamento de risco, o sensoriamento remoto, aliado aos Sistemas de Informações Geográficas (SIG's), são essenciais para a criação de ferramentas de planejamento de áreas e utilizá-las como “automatizadoras” de execução cartográfica (ENCINAS, 2000).
Segundo Oliveira (2002), os zoneamentos de risco de incêndios são elementos básicos para o planejamento da proteção de áreas florestais. Eles proporcionam uma visualização da distribuição espacial do risco em toda a área protegida e possibilitam uma adequação dos recursos e equipamentos destinados à prevenção e combate de acordo com o nível de perigo de cada região.
De acordo com Ferraz e Vettorazzi (1998), com as informações obtidas pelos mapas de risco, várias medidas podem ser tomadas para se reduzir a ocorrência de incêndios, tais como maior vigilância nas áreas de risco, restrição de acesso a esses locais, construção de aceiros preventivos e reorganização das práticas de manejo, bem como auxílio ao combate, como, por exemplo, com a construção de estradas de acesso rápido aos locais de risco e alocação de recursos de combate em pontos estratégicos.
Bento-Gonçalves et al. (2012) assegura que a elaboração de mapeamentos de risco de incêndio, com auxílio das geotecnologias, constitui-se de uma ferramenta importante para a prevenção dos incêndios.
Pesquisadores têm utilizado metodologias diversificadas no desenvolvimento de zoneamento de risco de incêndios florestais, que permitem associar os fatores ambientais de uma região com os possíveis incêndios florestais, possibilitando o mapeamento de risco potencial de incêndios em função da sensibilidade dos fatores analisados em relação ao fogo. Oliveira (2002) ressalta que, o melhor modelo é aquele definido de acordo com as condições de ocorrência dos incêndios locais e que considera a importância de cada variável em função da área de estudo.
Diante do exposto, urge a necessidade da criação de um modelo de riscos de incêndios florestais para a região de florestas plantadas no Norte do estado do Espírito Santo e Sul da Bahia.

Data de início: 25/05/2015
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado FERNANDO COELHO EUGENIO
Coordenador ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS
Vice-Coordenador JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE
Acesso à informação
Transparência Pública

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