Comportamento de Clones de Seringueira ao Mal das Folhas e Potencial Impacto das Mudanças Climáticas Globais no Desenvolvimento da Doença

Nome: LILIANNE GOMES DA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/02/2010

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTÔNIO FERNANDO DE SOUZA Examinador Externo
EDSON LUIZ FURTADO Examinador Externo
FÁBIO RAMOS ALVES Examinador Externo
ROBERTO AVELINO CECÍLIO Examinador Interno
WALDIR CINTRA DE JESUS JUNIOR Orientador

Resumo: SILVA, Lilianne Gomes da. Comportamento de clones de seringueira ao
mal das folhas e potencial impacto das mudanças climáticas globais na
ocorrência da doença. 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) -Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre-ES. Orientador: Prof. Dr. WaldirCintra de Jesus Junior.

O insucesso da heveicultura (Hevea spp.) nas áreas de cultivo no Brasil deve-se, principalmente, a ocorrência do mal das folhas da seringueira, causado pelo fungo Microcyclus ulei (P.Henn. v. Arx.). As estratégias utilizadas no manejo da doença baseiam-se na resistência genética das plantas ao mal das folhas, nas características fenológicas dos clones utilizados e nas condições climáticas determinantes de epidemias. Este trabalho teve por objetivos avaliar o comportamento de dezoito clones de seringueira ao mal das folhas na região de Cachoeiro de Itapemirim-ES, estudar o progresso da doença e avaliar os possíveis impactos das mudanças climáticas globais sobre a distribuição
espacial do mal das folhas no Brasil. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Bananal do Norte do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) no distrito de Pacotuba, município de Cachoeiro de Itapemirim-ES, onde foram avaliados 18 clones, a saber: 1- RRIM 600; 2- RRIM 802; 3- RRIM 725; 4- RRIM 711; 5- RRIM 926; 6- IAC 300; 7- IAC 301; 8- IAC 302; 9- PB 324; 10- PB 355; 11- PB 326; 12- PB 260; 13- PB 306;
14- PR 255; 15- PR 261; 16- IAN 873; 17- FX 3864 e 18- GT 1. As avaliações foram realizadas a cada 15 dias, sendo retirados, em média, 30 folíolos por árvore. A doença foi quantificada a partir do número de folíolos coletados, apresentando ou não sintomas característicos do mal das folhas e classificados de acordo com os estágios de desenvolvimento da doença e do tipo de lesão, determinando a porcentagem de área foliar por meio de escala diagramática. O
mal das folhas ocorreu nos folíolos de seringueira durante todo o período
experimental, o qual a maior ou menor intensidade da doença variou de acordo com o nível de resistência dos clones e a época do ano. Os clones FX 3864, RRIM 725, RRIM 711, IAC 300 e IAN 873, presentes no grupo 3, foram os que apresentaram maior resistência ao mal das folhas da seringueira, os clones PB 260, GT 1, PR 255, PB 324, IAC 302, PR 261 e IAC 301, presentes no grupo 2, foram classificados como moderadamente resistentes, já os clones RRIM 926,
PB 355, RRIM 802, RRIM 600, PB 326 e PB 306, presentes no grupo 1, foram considerados como suscetíveis à doença. Para o estudo dos impactos potenciais das mudanças climáticas globais sobre a distribuição do mal das folhas, elaboraram-se mapas mensais das áreas de risco para ocorrência da doença, considerando as condições climáticas atuais e os cenários futuros A2 e B2, para as décadas de 2020, 2050 e 2080 disponibilizados pelo Intergovermental Panel on Climate Change (IPCC). As condições climáticas foram classificadas em quatro categorias, de acordo com o risco potencial de ocorrência da doença, considerando a temperatura (T) e a umidade relativa do ar (UR): i) altamente favorável; ii) favorável; iii) relativamente favorável e iv) xiii desfavorável. Os dados sobre os cenários climáticos futuros foram fornecidos pelo GCM Change Fields. Empregou-se neste trabalho o modelo de simulação Hadley Centre for Climate Prediction and Research (HadCm3), utilizando o software Idrisi 32. Com base nos resultados obtidos, observou-se que haverá redução da área altamente favorável e favorável para o mal das folhas da seringueira, de modo que esta redução será gradativa para as décadas de 2020, 2050 e 2080, sendo mais acentuada no cenário A2 que no B2. Algumas
áreas do país se tornarão mais aptas ao cultivo, o que poderá propiciar o surgimento e/ou maior desenvolvimento de algumas novas áreas de plantio.

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