ACLIMATAÇÃO DA MAQUINARIA FOTOSSINTÉTICA DO CLONE DE SERINGUEIRA FX 3864 A CICLOS DE DEFICIÊNCIA HÍDRICA

Nome: JESSILY MEDEIROS QUARESMA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 14/07/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE Orientador
PAULO CEZAR CAVATTE Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE Orientador
JOSÉ RICARDO MACEDO PEZZOPANE Examinador Externo
PAULO CEZAR CAVATTE Coorientador
TALITA MIRANDA TEIXEIRA XAVIER Examinador Externo

Resumo: A seringueira é uma espécie nativa da Amazônia, explorada comercialmente pela produção de látex para fabricação da borracha natural. Contudo, no Brasil estudos têm mostrado que a produtividade dos seringais pode ser afetada pela variação climática nos ambientes em que a cultura está inserida, principalmente quanto à limitação hídrica, e relatam que plantas submetidas a sucessivos estresses hídricos são capazes de desenvolver de forma mais rápida, respostas de aclimatação, potencializando seu desempenho quando submetidas novamente ao mesmo estresse. E assim, o objetivo do estudo foi testar a hipótese de que mudas clonais de seringueira FX 3864 submetidas a três ciclos de deficiência hídrica são capazes de apresentar respostas de aclimatação bem mais evidentes do que plantas submetidas a apenas um ciclo. Para isso foram monitoradas variáveis ecofisiológicas e microclimáticas durante todo o estudo, que foi desenvolvido em casa de vegetação, no município de Jerônimo Monteiro, ES. O experimento teve duração de 167 dias (outubro/2015 a abril/2016) e as mudas tinham 47 dias de enxertia ao iniciar os tratamentos. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC). Os tratamentos consistiram em ciclos de deficiência hídrica (DH): controle (plantas sempre irrigadas); 1C (plantas submetidas à um ciclo); 2C (plantas submetidas à dois ciclos); e 3C (plantas submetidas à três ciclos). Cada ciclo de DH foi caracterizado por duas fases, a inicial com a desidratação das plantas pela suspensão da irrigação até que a taxa de assimilação líquida (A) das plantas atingisse o valor zero (A ≤ 0), e a final com a reposição da água do substrato para próximo a capacidade de campo (CC). Após a reidratação das plantas, quando a taxa de A alcançou 90% da taxa das plantas do controle se iniciou um novo ciclo de deficiência hídrica. Os resultados mostraram que as plantas do tratamento 3C obtiveram maiores taxas de A, condutância estomática (gs), transpiração (E) e eficiência instantânea do uso da água (pela relação A/E) durante o terceiro ciclo de DH, encerrando o ciclo com 25% de água disponível (AD) no substrato, em relação as plantas 2C e 1C. O status hídrico das plantas do 3C, observado pelo conteúdo relativo de água (CRA) ao final do terceiro ciclo de DH, permaneceu semelhante ao das plantas-controle, indicando uma maior manutenção da turgescência nas células destas plantas. Já as plantas do 1C foram afetadas com a DH, pois mesmo com 44% de AD no substrato o status hídrico no interior das células foi reduzido significativamente, e em consequência os processos fisiológicos. Quanto aos pigmentos fotossintéticos as plantas do tratamento 3C acumularam maiores teores de pigmentos cloroplastídicos, com destaque para clorofila a e carotenóides em relação as plantas 2C e 1C. E, portanto, conclui-se que as plantas submetidas a três ciclos de DH aclimataram a sua maquinaria fotossintética ao longo dos estresses hídricos a que foram submetidas, ao contrário das plantas submetidas a um ciclo de DH, pois um único ciclo promoveu danos severos ao seu metabolismo causando intensa redução nas suas taxas fisiológicas e consequente abscisão foliar.

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